O Balão Vermelho de Isabella
- Psicóloga Ana Silva
- 20 de jan.
- 2 min de leitura
Isabella era uma menina com olhos curiosos e um coração que batia forte em ritmo de sonhos. Todos os dias, ela se sentava à beira da janela e observava o céu, imaginando como seria voar até as estrelas. Ela não sabia, mas já tinha asas dentro de si, feitas de desejos, cores e coragem.
Na escola, Isabella tinha o dom de criar histórias. Uma tarde, ela falou sobre um balão vermelho, que, com sua cor vibrante, poderia levá-la a terras distantes, onde os ventos eram suaves e as árvores dançavam. Mas suas palavras eram como sementes lançadas no vento. Os colegas riram, alguns a olharam com desdém, outros, com medo de parecerem diferentes, não disseram nada.
Seus pais, sempre preocupados com os "problemas reais", ouviam suas histórias e, sem querer, cortavam suas asas. “Isso não é possível, Isabella. Não se pode confiar em balões para viajar.” O som de suas palavras era como um peso que caía sobre seu peito.
Com o tempo, Isabella foi guardando seus sonhos em uma caixinha bem pequena, onde a luz mal conseguia entrar. O balão vermelho ficou escondido em sua imaginação, coberto por camadas de dúvidas e críticas.

Uma noite, enquanto caminhava pela floresta, Isabella encontrou o balão vermelho, flutuando suavemente entre as árvores. Ele estava sozinho, esperando por ela. Ela o pegou, hesitante, mas algo no seu toque fez com que se lembrasse de tudo o que havia sonhado. O balão não a julgava, não a criticava. Ele estava ali, apenas esperando para voar.
E Isabella, com o coração apertado, finalmente perguntou ao balão: “Será que ainda posso acreditar em você?”
O balão, com sua leveza, respondeu: “Você sempre pode, Isabella. Eu nunca deixei de esperar.”
Era como se o balão fosse o eco de sua voz interior, que, apesar de abafada pelas críticas, nunca se calou por completo. Isabella fechou os olhos, soltou as amarras de seus medos e, com uma coragem renovada, viu o balão vermelhíssimo subir. Ela, ao seu lado, também subiu.
As estrelas sorriram para Isabella. Ela havia encontrado seu brilho novamente.
E o balão vermelho, sempre leve, sempre gentil, a acompanhava por toda a vida e Isabella não mais abafou seus sonhos por medo das críticas alheias.
Conto criado por Ana Silva
Psicóloga Clínica que fala de coração para coração.